Um dos pontos altos da minha viagem a El Calafate foi o trekking no glaciar Perito Moreno. No mesmo dia, já havia caminhado pelas passarelas do Parque Nacional dos Glaciares e ficado frente a frente com esse gigante de gelo. Na parte da tarde, um ônibus da agência Hielo y Aventura nos levou até um pequeno porto dentro do parque, de onde navegamos para o braço sul do glaciar.
Chegando lá, ao desembarcar, pudemos ficar ainda mais perto do Perito Moreno. E nos encaminhamos para um abrigo, onde deixamos as mochilas para iniciar uma trilha de cerca de 15 minutos que nos levou até a base do glaciar.
Em seguida, os guias colocaram grampos sobre os nossos sapatos para que pudéssemos caminhar sobre o gelo. E não é que esses grampos pesam pra caramba? Mas, sem dúvida, eles são fundamentais para o trekking, já que ajudam a fincar os pés tanto nas subidas quanto nas descidas.
Antes de iniciar a caminhada, fomos instruídos sobre a maneira certa de andar sobre o gelo e também sobre a importância de utilizar luvas a partir daquele momento, já que a superfície do glaciar é formada por uma camada de gelo que pode ter o mesmo efeito de vidro triturado no caso de uma queda.
E lá fomos nós explorar o Perito Moreno! Eu estava animadíssima, mas fiquei com bastante medo de cair e também tremi na base ao me deparar com uma superfície totalmente irregular, que me exigiu uma preparação física que eu infelizmente não tenho.
Confesso que fiquei nervosa no início, mas tudo melhorou quando um dos guias, com enorme paciência, me acalmou, segurou a minha mão e me ajudou a caminhar ao longo de todo o trekking, que dura cerca de 1 hora e meia.
De maneira geral, digo que o minitrekking exige sim uma certa preparação física. Eu perco o fôlego facilmente ao fazer exercícios aeróbicos mais pesados, tanto que após os cinco minutos iniciais já estava bem ofegante e com dificuldade de carregar o peso dos grampões a cada passo dado. Mas nada que se compare ao Big Ice, uma outra possibilidade de trekking no Perito Moreno, que é reservada para quem tem mais disposição para aventura e que dura cerca de 3 horas – e que obviamente não é uma atividade adequada para mim.
Algumas pessoas me perguntaram se há perigo em fazer o trekking. Não vou negar que perigos não existam (afinal levar um tombo ou torcer o pé são sim uma possibilidade para amadores), mas acho que os benefícios compensam os riscos.
Em primeiro lugar, os guias parecem conhecer muito bem o lugar e sabem exatamente onde podemos ou não pisar. Todos devem seguir em fila indiana atrás deles para evitar acidentes e passar pelos caminhos mais fáceis. Além disso, nos pontos mais perigosos, os guias fazem uma “paredinha” para que possamos passar com segurança. Também ajudam com paciência e boa vontade a quem estiver mais cansado ou com dificuldade de caminhar. E para quem quiser desistir por medo ou falta de condições físicas, eles dão os cinco minutos iniciais para quem porventura quiser retornar à base na companhia de um guia.
Apesar do medo e do cansaço (e da dor nos joelhos no pós-caminhada), afirmo que valeu muito a pena fazer o minitrekking. Foi uma experiência única e indescritível (e também um desafio pessoal), que me possibilitou fazer um dos passeios mais espetaculares de toda a minha vida!
E o gran finale foi assim: uma comemoração com whisky, gelo milenar e alfajores! Eu estava tão extasiada e feliz por ter completado a caminhada, que não comi nem bebi nada, fiquei ali só olhando a paisagem, tirando fotos e curtindo aquele momento. A propósito, o copo de whisky na foto acima foi só pra foto mesmo – hehehehehe.
Na trilha de volta para o abrigo, ainda arranjei forças para dar o “pulinho da vitória” para comemorar essa conquista (que ainda foi agraciada por um lindo dia de sol) e esse dia perfeito em El Calafate!
Adorei o post! Será que o mês de junho ainda dá pra ir? Vc usou todo o tempo a empresa citada acima? para todos os tipos de psseios? fez reserva desde o Brasil ou apenas lá?
Oi Ana! Não sei se dá pra fazer trekking em junho, acho que depende do clima de cada ano. Só usei essa empresa pra fazer o trekking e contratei os passeios no dia em que cheguei à cidade. Na rua principal há várias agências de turismo, com muitas opções de passeios (os preços são basicamente os mesmos nelas todas). Essa empresa que citei no post só faz o trekking no Glaciar.